Família entra com ação indenizatória contra HR por vazamento de fotos

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FOTOS DE DIMYTRI NU FORAM DIVULGADAS

Rapaz morreu em acidente de moto no dia 4 de abril

A família do estudante Dimytri Paulino Semensato, que morreu após um acidente de motocicleta, entrou com uma ação indenizatória por danos morais, em segredo de Justiça, contra o Hospital Regional de Presidente Prudente(HR) pelo vazamento de fotografias onde aparece o corpo do jovem nu, com vários ferimentos e passando por processos de reanimação. Os registros foram divulgados por meio de aplicativos de mensagens instantâneas próprios para celular, ainda durante a noite da morte, no dia 4 de abril deste ano. Conforme o advogado Ivan Oliveira de Souza, que representa a mãe do jovem, a pensionista Ana Maria Paulino, de 59 anos, pouco tempo após a chegada da vítima ao hospital, por volta das 21 horas, a família esteve no hospital, explicou a situação na portaria da unidade e foi impedida de entrar no local. “É realmente um local restrito, o ingresso de alguém não é permitido. Sabemos disso”, relata. Entretanto, na mesma noite, amigos e conhecidos tomaram conhecimento da morte de Dimytri por meio das fotos recebidas e comunicaram os familiares. “A pessoa [que tirou as fotos] teve o sadismo de chegar bem próximo ao corpo e tirar uma foto destas. Imagine uma mãe ou familiar vendo ele nesta situação. O filho todo ensanguentado, com vários ferimentos. Isso foi feito por alguém que sentiu prazer em fazer isso”, declara. Um boletim de ocorrência também foi registrado e a polícia apura o responsável pelas fotos, conforme Souza. De acordo com ele, o HR foi procurado, porém a unidade já vivia um alerta geral. “Tivemos presentes lá e na hora que a recepcionista perguntou do que se tratava, nós informamos e ela usou o termo 'Vixe, Maria'. Ela já ligou para uma secretária, que disse que poderia marcar com o diretor do hospital. Mas há um jogo de empurra”, diz. “Estamos dando entrada na ação para cessar esta lesão na imagem, disto ficar exposto ao público e chegar a todas as mãos. Queremos encerrar esta questão de divulgação. Mas elas ficam na memória dos celulares. Deletar não tem como, mas vamos tomar as medidas cabíveis para interromper esta difusão”. Ainda de acordo com Souza, apesar dos inúmeros boatos, nada ainda foi confirmado sobre a origem destas fotos. O profissional aponta que foram afrontados direitos fundamentais ao ser humano, como o da intimidade. “Já cogitamos até a possibilidade de vingança, porém não é possível ainda definir o que motivou este ato monstruoso. A mãe não pôde ingressar na emergência, mas agora o filho dela está exposto ao mundo, nu e cheio de ferimentos. Presume-se que deveria haver controle. Pelos ângulos, dá para ver que foi uma pessoa que estava dentro da sala. A pessoa chegou próximo ao rosto do Dimytri, de perto”, diz. Dymitri tinha 23 anos, trabalhava em uma financeira em período integral e cursava faculdade no período noturno. Ele era natural de Presidente Prudente e tinha voltado a morar com a mãe há sete meses, após ter se separado da esposa. Ele tinhaa uma filha de dois anos, que mora com antiga companheira. Há pouco tempo, o estudante tinha voltado a sair de motocicleta. Na ocasião do acidente, ele seguia pela Avenida da Saudade para encontrar amigos, com o objetivo de saírem para se divertir. A ação busca uma indenização paga pelo Estado de São Paulo e pela Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. O valor não foi divulgado. "Não importa se foi um profissional do local ou um paciente [que tirou a foto]. Independente disso, o hospital tem que zelar pela integridade moral dos atendidos". A mãe de Dimytri, Ana, permanece reclusa e está em tratamento de saúde, já que possui um câncer no fígado. “Ainda não caiu a ficha dela. Essa situação fragilizou ainda mais a saúde, que necessita de atenção constante. Ela é constantemente abordada por pessoas perguntando sobre esta situação. Ela ainda não teve o seu momento de luto preservado”, conta Souza. O G1 entrou em contato com o Hospital Regional de Presidente, que informou que está apurando o caso. “Ainda não temos ciência da ação”, informou. A unidade hospitalar também descarta qualquer medida de punição sobre o caso até o momento.

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