EM 13 ANOS, A UNIESP VIROU UMA DAS MAIORES REDES DE ENSINO SUPERIOR DO PAÍS. MAS SUAS TÁTICAS, TIDAS COMO CONTROVERSAS, ESTÃO SOB INVESTIGAÇÃO.
A OFERTA É TÃO BOA QUE É DIFÍCIL DE ACREDITAR. DESDE NOVEMBRO, O GRUPO EDUCACIONAL UNIESP, DE SÃO PAULO, SE COMPROMETE A PAGAR AS MENSALIDADES DE SEUS NOVOS ALUNOS E AINDA OFERECE UM TABLET DE LAMBUJA. BATIZADA DE “UNIESP PAGA”, A CAMPANHA ATRAIU AOS BANCOS DA INSTITUIÇÃO MAIS DE 5 700 ESTUDANTES EM DEZ MESES.
É, de longe, a promoção mais agressiva do mercado de educação no Brasil, e os números comprovam sua popularidade. Olhada ao microscópio, porém, a generosidade fica, digamos, menos generosa — o que, somado a um histórico que já tinha um tanto de polêmica, acabou colocando a Uniesp e seu controlador na mira do Ministério da Educação e da Polícia Federal.
Isso porque, para participar da promoção, os estudantes devem procurar um banco e contrair — em seu nome — o financiamento estudantil do governo federal, o Fies. Feito isso, recebem da escola um documento em que a instituição diz que se compromete a quitar a dívida.
O problema é que, para os órgãos de defesa do consumidor, o documento não tem valor legal. Ou seja, caso a Uniesp não pague as parcelas do financiamento, é o aluno que ficará com o nome sujo na praça. Só o Procon de Campinas, cidade em que a Uniesp tem uma unidade, recebeu 64 queixas de alunos que não sentiram firmeza na garantia oferecida.
A entidade apura o caso — ao final do processo, pode suspender novas matrículas e multar a Uniesp em até 6 milhões de reais. Em julho, o Ministério da Educação pediu à Polícia Federal que investigue o grupo por fraude — é a primeira vez que isso acontece com uma instituição de ensino superior.
Fundada em 2001 por Fernando Costa, engenheiro aposentado pela Companhia Energética de São Paulo, a Uniesp se transformou, em pouco mais de uma década, em uma das dez maiores instituições de ensino superior do Brasil. São 80 000 estudantes em 56 cidades de sete estados: São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Tocantins, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná.
O crescimento tem sido tão acelerado que o próprio Costa diz perder a conta de quantas unidades tem (são 69). Não há um ranking atualizado dos maiores grupos de ensino superior do país. Mas estimativas apontam que a Uniesp oscila entre a sétima e a décima posição no ranking de maiores redes de ensino superior do país.
Ana Luiza Leal, de
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