quarta-feira, 27 de agosto de 2014

SANTA CASA AMEAÇA FECHAR UTI

Saúde

Presidente Venceslau

O Imparcial
A UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) da Irmandade Santa Casa de Presidente Venceslau não deve receber mais pacientes a partir de setembro. O possível encerramento das atividades se dará em razão do alto custo requerido para o funcionamento da unidade inaugurada em janeiro. Segundo a administração da instituição hospitalar, o teto financeiro de R$ 119 repassado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) referente à diária de um leito, não é suficiente para arcar com os gastos de uma internação que chega a R$ 1.200, por dia. O retorno dos serviços é considerado, caso haja algum auxílio imediato ou então se a entidade conseguir alterar a classificação da UTI, passando assim, a receber um teto de R$ 819 do SUS. Os documentos que visam tal mudança estão sendo providenciados, mas como amarga um déficit de R$ 1,2 milhão, a santa casa não teria condições de aguardar o credenciamento. Com a decisão, os pacientes devem ser encaminhados para Presidente Prudente. Ao comentar o assunto, o prefeito Jorge Duran Gonçalez (PDT) atribui o fato “lamentável” à burocracia. De acordo com Valdirene Ferreira Penteado Alda, diretora administrativa da entidade, o hospital recebe pacientes de diversos municípios vizinhos como Piquerobi, Caiuá e Marabá Paulista. A UTI, segundo ela, é utilizada o tempo todo, tendo totalizado até junho 188 internações, sendo 163 pelo SUS. Alda ainda comenta que o setor possui seis leitos, os equipamentos necessários para oferecer o atendimento e o aval da vigilância sanitária. A equipe de profissionais é composta por cinco enfermeiros, 15 auxiliares de enfermagem e oito médicos plantonistas.“Até o mês passado conseguimos deixar de pagar outras coisas para manter a UTI funcionando, só que não dá mais. A santa casa está entrando em dificuldades porque a unidade está aberta. Ou fechamos a UTI ou fechamos o hospital”, analisa. A administradora prova a importância da UTI na entidade citando o índice de mortalidade do município que, conforme conta, caiu pela metade após a abertura da unidade de tratamento intensivo. “Agora, os pacientes terão que entrar em uma ambulância e ir para Prudente, se lá tiver vaga. Caso contrário, terão que ficar por aqui esperando a liberação de um leito”, lamenta. Para que a UTI volte a funcionar, Alda vê uma saída na alteração da classificação do tipo atribuído à unidade, o que, de acordo ela, está sendo solicitado há quatro meses. O repasse maior buscado pela entidade não resolveria a questão, mas reduziria o excesso de despesas. Sabemos que o hospital nunca terá lucro, mas também não podemos ficar trabalhando no prejuízo. “Então, na quinta-feira [amanhã] faremos uma manifestação, unindo funcionários, agentes públicos e a população em geral para pedir ajuda dos governos e deputados. Precisamos conseguir esta mudança na classificação o mais rápido possível”, afirma.

Classificação
De acordo com a responsável pela santa casa, para que a UTI consiga passar a ser tipo 2, é necessário provar que ela se encaixa nesta classificação de complexidade, trabalhando durante um período com seus próprios recursos, o que ela considera “impossível” continuar ocorrendo na atual situação da entidade. “Pelo conhecimento que eu sei, esta mudança demora de um a dois anos para ocorrer, mas temos urgência”, frisa. Atualmente, a documentação que irá requerer a nova classificação ao Ministério da Saúde está sendo providenciada. “A solicitação é feita no DRS [Departamento Regional de Saúde] e é tudo muito burocrático. Precisamos de aprovação do Conselho Municipal de Saúde, recebemos um novo plano de trabalho para preencher, enfim, enviamos os últimos papeis no mês passado e agora esperamos que esteja tudo certo”, diz. Por sua vez, o departamento disse não ter sido notificado sobre o fechamento da UTI. Procurada no final da tarde de ontem, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Saúde não teve tempo hábil de verificar se há alguma pendência e quando os documentos serão enviados ao ministério.

Burocracia
Sobre o assunto, o prefeito diz que o município está empenhado em auxiliar a santa casa a providenciar toda a documentação necessária. “A UTI é fundamental, mas outros serviços importantes acabariam sendo comprometidos na atual situação. Porém, toda a administração municipal está preocupada com isso e nos mobilizaremos. Precisamos mostrar à sociedade que a burocracia no Brasil dificulta a melhora no atendimento à população”, finaliza. O Ministério da Saúde foi contato após às 17h de ontem e, por esta razão, não conseguiu retornar os questionamentos nesta terça-feira.
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