Moradores esperam há 6 anos por conjunto habitacional em Mariápolis

Há seis anos, moradores de Mariápolis aguardam a entrega das 66 casas de um conjunto habitacional da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU). De acordo com eles, a data da entrega já foi marcada e adiada quatro vezes e a estatal chegou a fazer o sorteio para definir qual será a moradia de cada família, mas eles continuam esperando.
"Ninguém fala nada, ninguém dá satisfação de nada", indigna-se o desempregado Sidney da Silva.
A construção das casas ficou paralisada por cerca de três anos após a "Operação Pomar", da Polícia Civil, que apurou irregularidades no processo de licitação e construção de moradias populares em todo o Oeste Paulista.
Depois desse período, a Prefeitura de Mariápolis e a CDHU firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para que a construção das casas fossem retomadas. Segundo ele, a CDHU não libera os imóveis para habitação porque algumas obras ainda serão realizadas.
"Falta o muro, a mureta e a parte externa. É muito fácil dizer que eu aditei R$ 247 mil para fazer o muro e a mureta, mas é um processo de licitação que vai durar mais de 30 dias para fazer e ainda tem a execução da obra. Eu tenho certeza que não vou conseguir fazer isso em 90 dias. E tem a responsabilidade legal da entrega, que não sou eu que autorizo a entrada das famílias. Por trás disso tem muitas coisas que temos que cumprir e precisamos de tempo", admite.
Aos moradores, resta apenas esperar. "A Prefeitura fala que o problema é a CDHU, a CDHU fala que é a Prefeitura. Ao certo, ninguém sabe quem é o culpado", confronta o tratorista Alexandre Reis.
Em nota, a CDHU explicou que o conjunto "Mariápolis C" foi construído mediante repasse de recursos para a Prefeitura, que administrou a obra. Nessa parceria, a administração municipal assinou termos aditivos, que trouxeram benfeitorias às moradias, como asfalto, guias e sarjetas, piso cerâmico, forro, e já foram concluídas.
Ainda segundo a nota, a Prefeitura realmente assinou um novo aditivo para a construção de muro de arrimo e de muretas divisórios entre os lotes, mas o processo está em fase de licitação e quem deverá executar a obra é o município.
Só depois de tudo concluído, de acordo com a CDHU, é que os imóveis poderão ser entregues aos mutuários, mas ainda não existe um prazo para que isso aconteça.

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